AGACHAMENTO A FUNDO
- alexander-marinho
- 17 de mar. de 2016
- 3 min de leitura

Existem diversos estudos que buscam comprovar a ação muscular e quais os músculos mais solicitados no afundo. Neste sentido, vamos tomar como referencia três estudos diferentes (Camargo, 2011. Gentil, 2012. Garcia, 2012). Isto por que desta maneira, ficará mais fácil o entendimento do contexto geral. Basicamente, pelo movimento de flexão de joelho e de extensão do quadril na perna da frente e uma leve flexão na perna de trás, o afundo tem ação sobre os músculos do quadríceps e da região posterior. Portanto, o movimento completo, tecnicamente, tem a ativação dos músculos da região do quadríceps, dos isquiotibiais e também do glúteo (levando em consideração ambos os lados).
Mas como simplesmente dizer que ativa tais musculaturas é algo muito vago, vamos ver alguns estudos que fazem a avaliação eletromiográfica. Em um estudo de Camargo (2012) ele buscou avaliar a ativação dos músculos do quadríceps, durante diversas variações de agachamento, incluindo o afundo.
Neste estudo, participaram 9 mulheres saudáveis, praticantes de exercícios resistidos. Os resultados deste estudo, comprovaram uma ativação de cerca de 78% dos músculos do quadríceps, tomando como base a perna que vai a frente do corpo. A perna que fica para trás no movimento, tem uma ativação de 45% nos músculos da região do quadríceps.
Já no que se refere a ativação muscular do glúteo máximo, durante o agachamento, em um estudo de Bryanton (2012) citado pelo Dr. Paulo Gentil, foram avaliadas as atividades eletromiográficas do músculo em diferentes exercícios. Entre eles o agachamento (90º), o stiff, o afundo e a extensão de quadril em3 apoios. Adivinha qual deles teve a maior atividade sobre o glúteo máximo? Isso mesmo, o afundo, seguido pelo stiff, depois o agachamento em 90º e por último o clássico extensão de quadril em 3 apoios.
Já no estudo de Garcia (2012) o que foi avaliado foi a ativação dos músculos do quadríceps (vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e reto femoral), levando em consideração ambos os lados, portanto, a perna da frente e a de trás. Foi encontrado na perna posicionada frontalmente, o aumento da atividade eletromiográficas correspondente a 50% para o vasto lateral, 54% para o vasto medial e 48% para o reto femoral. O membro posicionado posteriormente apresentou um aumento de 75%para o vasto lateral, 113% para o vasto medial (aumento baseado em estudos anteriores), 62% para o reto femoral e 48% para o vasto intermédio. Por isso, ao contrário do que muitos pensam (principalmente os que nunca fizeram este exercício) a perna situada posteriormente, tem também uma grande ativação (até maior) dos músculos da região anterior (quadríceps).
Execução correta do afundo


Sendo tão efetivo como é, o afundo precisa ser muito bem executado. Nem todas as pessoas têm força e equilíbrio para executá-lo, portanto, precisam antes, realizar educativos e fortalecimento muscular.
Basicamente, o afundo deve ser executado da seguinte maneira:
– Inicie em pé, com uma das pernas à frente do corpo, de maneira que quando você flexionar o joelho, ele fique em um ângulo de 90º.
– Agora, flexione o joelho e desça lentamente até que a articulação da frente, forme um ângulo de 90º. A perna de trás, fica num ângulo aproximado de 75 a 80º, mantendo o tronco ereto.
– Depois disso, estenda o joelho, até a perto da posição inicial (se voltar completamente para a posição inicial, você entrará em um ponto de descanso).
Caso você realize este exercício de maneira unilateral, fará a execução sem sair do local. Já se você o fizer em forma de “passada”, precisará de um espaço para se deslocar. É muito importante que o joelho da perna de trás não bata no chão, pois constantes impactos podem comprometer a saúde do tendão patelar.
A distancia entre uma perna e outra precisa ser ajustada se o joelho da frente não atingir a angulação de 90º, ou o joelho de trás encoste-se ao chão.
Encontramos alguns alunos, realizando o a fundo em cima de steps. Devemos prestar a atenção, quando utilizamos os mesmos, como meio de aumentar a amplitude dos movimentos. Pois quando descemos além dos 90º na perna da frente, há uma tendência de desnível do quadril, onde um dos lados do mesmo se eleva. Não devemos permitir que isso aconteça, e temos que observar também que, ao descer mais, tem o risco de retificar a curvatura fisiológica da região lombar, com o aumento da flexão do quadril e a inclinação do tronco para frente.



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